sábado, 25 de julho de 2015

Campanha "Quero brincar nas ruas!"




“Ah, a rua! Só falam de tirar as crianças da rua.
Para sempre? Eu sonho com as ruas cheias delas.
É perigosa, dizem (...)
Vejo por outro ângulo: um dia devolver a rua
às crianças ou devolver as crianças às ruas;
ficariam, ambas, muito alegres” 
(Paulo Freire)


É possível uma rua onde crianças brincam sem se preocupar com carros? Dá pra conciliar os eletrônicos com brincadeiras onde o corpo se movimenta e se relaciona com a rua, o bairro e a cidade? Imaginamos vizinhos e vizinhas sentados nas calçadas proseando sobre a vida? Podemos ver casais namorando em frente aos portões? A cidade como lugar de encontro e convivência, ainda é possível?

Foram perguntas como essas que mobilizaram o Coletivo Brincantes Urbanos a criar o adesivo com a frase “Quero brincar nas ruas!”: a ideia é provocar reflexões sobre a cidade que vivemos, que hoje é tomada pela cultura do medo e a valorização do carro em detrimento das pessoas.
Acreditamos que os espaços públicos da cidade estão longe de serem acolhedores para o convívio, principalmente quando falamos de crianças e famílias. Faltam bancos, calçadas adequadas, boa iluminação, banheiros, bebedouros, lixeiras, faltam cores e gentilezas com a cidade e as pessoas...

Mas é preciso agir! Cobrar o poder público para a desburocratização, ampliação, criação e manutenção de políticas que promovam espaços de convivência, tais como as ruas de lazer, projetos em praças públicas e inovações a partir da escuta das pessoas.

Além disso, é urgente que cada um de nós reaja a cultura do medo e crie pequenas ações de enfrentamento à desumanização da cidade: levar o filho na praça ou parque público, andar a pé pelo bairro, formar grupos de atuação comunitária e ou espaços de convívio, brincar na calçada! Acreditamos que pequenas ações como estas podem interferir na lógica da cidade e trazer relações mais humanas e afetivas para o nosso cotidiano, pois como nosso mestre Paulo Freire poetizou: se devolvermos as ruas às crianças e as crianças às ruas, ambas serão mais felizes!